19.12.11

“Governo está apostado em fortalecer 3º sector”

Marta Caldeira, in Correio do Minho

‘Seniores Activos no Coração de S. Torcato’ - assim se denomina o Centro Social da Irmandade de S. Torcato, Guimarães, que ontem foi oficialmente inaugurado pelo ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, e onde voltou a falar da importância de o Estado ‘andar de mãos dadas’ com as instituições para oferecer à população as melhores respostas sociais e combater a exclusão social.
“Hoje é para nós um dia muito importante, porque estamos a cumprir um sonho muito antigo”, disse, emocionado, Novais de Carvalho, presidente da Irmandade de S. Torcato, destacando papel de todos quantos se envolveram no construção do centro. Para o responsável, a criação desta resposta social na vila significa, acima de tudo, a colmatação de “uma lacuna” nesta área.
Há mais de 16 anos que a construção do Centro Social de S. Torcato era um desejo da freguesia. O sonho acabou por se concretizar, pela mão da Irmandade de S. Torcato - a entidade promotora do projecto - onde foram investidos 1,5 milhões de euros.
Este investimento global inclui o apoio apoio financeiro de 590 mil euros do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais, 190 mil euros da Câmara de Guimarães e 780 mil euros investidos pela Irmandade em conjunto com donativos de pessoas e entidades da comunidade.

Criados 25 postos de trabalho

No total foram criados 25 novos postos de trabalho para apoiar as três valências que o novo Centro Social de S. Torcato disponibiliza à comunidade: lar de idosos com capacidade para 27 idosos em regime de residência, para 25 em centro de dia e, ainda, para 30 ao nível de apoio domiciliário. Bruno Fernandes, presidente da Junta de Freguesia de S. Torcato, apontou, na cerimónia de inauguração do centro que “a vila está, agora, dotada com os principais equipamentos para servir a comunidade”, referindo, ainda, que “estamos reconhecidos pelo trabalho desenvolvido”.
O presidente da Câmara de Guimarães fez questão de marcar presença no acto inaugural, durante o qual se diri giu ao ministro da Solidariedade e Segurança Social para pedir mais apoios por parte do governo para a região e para o concelho, que no seu entender ainda apresenta algumas “deficiências” ao nível de respostas sociais.
“Temos obrigação de cuidar daqueles que fizeram muito pelo nosso país e pela nossa terra”, disse o autarca.
D. Jorge Ortiga, arcebispo primaz de Braga, sublinhou, por seu turno, que a sociedade deve “dar e criar condições para que as pessoas vivam com dignidade”, apontando como meta o combate à exclusão social, mas também ao flagelo que, por ora, muitas famílias vivem à sombra do “desemprego e de muita pobreza envergonhada”.
O ministro referiu que o governo tem um visão estratégica naquele que é o terceiro sector do país, sendo crucial nesta estratégia a parceria com as Instituições Particulares de Solidariedade Social, e garantir, por outro lado, a sustentabilidade destas respostas sociais.
“Estas respostas sociais representam sempre mais emprego e têm, por isso, uma relação privilegiada com a economia local”, assinalou o responsável, destacando o objectivo da aproximação às comunidades e às suas necessidades através do Programa de Emergência Social do governo.
“O governo está apostado em fortalecer o terceiro sector”, disse Pedro Mota Soares, frisando o corte que o seu ministério efectuou, de 14 por cento, ao nível das despesas com a administração, para além dos cortes nas suas estruturas e cargos de chefias, que lhe permitiu poupar seis milhões de euros, disponibilizando-os como mais apoios a novas respostas sociais no país.
O ministro da Solidariedade e Segurança Social voltou a frisar, também, que a partir do próximo mês de Janeiro, vai haver aumentos de três por cento nas pensões mais baixas, passando a pensão mínima a ser de 254 euros e a pensão social de 134 euros. No dia de ontem, o ministro passou ainda por Famalicão para o lançamento da 1ª pedra do Lar de Idosos e Centro de Dia do Centro Social de Calendário. Na obra vão ser investidos cerca de 2,5 milhões de euros.