27.12.11

Portugueses estão (mesmo) a emigrar. Este ano 100 mil deixaram o país

in Dinheiro Vivo

De visto na mão, com ou sem emprego já tratado, são cada vez mais os portugueses que saem e vão arriscar a vida no estrangeiro.

A história, que se repete à semelhança dos anos 60 e 70, só é notícia porque nos últimos cinco anos tem vindo a aumentar exponencialmente.

Em 2011 emigraram entre 100 mil a 120 mil portugueses, um número avançado por José Cesário, secretário de Estado das Comunidades portuguesas, como cita o Jornal i.

Os destinos preferidos dos portugueses são Angola e Suíça, mas o Brasil assume-se cada vez mais como opção. O idioma também pesa na hora da escolha e não há nada como falar e ouvir português.

Segundo o departamento de estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça brasileira, só primeiros seis meses do ano emitiu 52 mil vistos de residência para portugueses. Têm ainda emitido vários vistos temporários, de estudante ou pesquisa.

É difícil precisar quantos portugueses saíram do país uma vez que para emigrar não é necessário registo consular, nem pré-aviso de saída ou entrada, excepto fora da Europa.

José Cesário afirma que a emigração "é uma tendência dos últimos anos" e que está a aumentar a olhos vistos.

O secretário de Estado adianta ainda que "cada vez há mais trabalho temporário", pessoas que vão por um certo período de tempo para logo voltar e tornar a ir.

Já o conselheiro da Comunidade Portuguesa na Suíça considerou À TSF que o número de 100 a 120 mil emigrantes em 2011, é estranhamente baixo.

Manuel Beja ficou surpreendido com a "precisão dos números" avançados por José Cesário, "embora se justifique que é impossível ir-se muito mais longe".

"É impossível dar-se uma visão muito clara dos números das pessoas que estão a abandonar Portugal. São muitos e muitos milhares. Famílias inteiras que estão a abandonar Portugal, porque estão totalmente desesperadas com a situação", sublinhou.

Pode pois afirmar-se que esta é uma flutuação fruto da crise e do desemprego, tal como já aconteceu no passado. Emigrar não é estranho para os portugueses e os novos emigrantes não diferem das vagas convencionais, apenas alteram os destinos escolhidos.