20.12.11

Um Natal para dar mais importância à família

Texto Lucília Oliveira, in Fátima Missionária

«Voltamos a viver o Natal em situação de crise, portanto com sofrimento acrescido para muitas pessoas e famílias», afirma o bispo da Guarda

Na mensagem de Natal, Manuel Felício lembra que «as pessoas sofrem e aumentam os casos de pobreza, sendo, com frequência pobreza envergonhada». O prelado sublinha que «diminuem os ordenados, cresce o número dos que perdem emprego, aumentam os impostos e taxas para níveis muito desconfortáveis, pondo em causa a próprio sustentabilidade económica da sociedade».

O poder de compra desce todos os dias, ainda que, em geral, de forma silenciosa. Mas «há recursos materiais suficientes para todos. Não chegam é para manter hábitos de consumo material desajustados à realidade quer das necessidades verdadeiras das pessoas quer da disponibilidade dos bens criados», defende o bispo da diocese da Guarda

Neste tempo de crise, o melhor exemplo para o novo modelo de vida vem do presépio de Belém, recomendando «sobriedade». O Menino de Belém, «sendo Senhor do mundo, contentou-se com as palhinhas de uma manjedoira e a companhia de alguns animais para berço do Seu nascimento, sob o olhar atento do Pai e da Mãe».

Esta é uma lição de família, diz Manuel Felício que assinala. «Hoje continuamos a precisar de famílias assim, assentes no amor e na fidelidade sem condições entre os esposos; famílias onde os filhos se sentem sempre bem acolhidos, amados e valorizados; famílias onde os idosos se sentem em casa e nunca abandonados». Famílias que sejam «verdadeiramente escolas de valores humanos e cristãos essenciais para a cidadania», acrescenta o prelado.

O Natal é também festa da família. O bispo pede «novas atitudes da sociedade e das leis que a regulam para com a instituição familiar». Aponta os «hábitos instalados de desprezo pela realidade da família, que só podem gerar sofrimento das pessoas e cada vez mais exclusão social». O bispo espera que este Natal seja, «de verdade, nascimento de Jesus no coração e na vida das pessoas e instituições». Um Natal com a «valorização das famílias, a sobriedade no consumo, a solidariedade dirigida à situação de cada um».