24.1.12

Cinco portugueses distinguidos nos EUA para serem "futuros líderes científicos"

Por Nicolau Ferreira, in Público on-line

Cinco cientistas portugueses foram premiados pelo Instituto Médico Howard Hughes, dos Estados Unidos, com montantes no valor de 518.000 euros para a sua investigação, numa lista internacional de 28 premiados reconhecidos por serem “futuros líderes científicos nos seus países”. Os prémios vão ser utilizados na investigação em parasitologia, neurociências, comunicação entre bactérias e envelhecimento.

Este concurso lançado pela instituição, que é uma forte promotora da ciência nos EUA, dá bolsas na área das ciências médicas para cientistas internacionais que estão no começo da carreira como chefes de laboratórios, ou seja, são chefes de um grupo de investigação há menos de sete anos. O dinheiro vai ser distribuído ao longo dos próximos cinco anos.

De entre 760 candidatos, provenientes dos 18 países elegíveis para este concurso, a nível nacional foram premiados Rui Costa e Megan Carey, da Fundação Champalimaud, Karina Xavier e Miguel Godinho Ferreira, do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) e Luísa Figueiredo, do Instituto de Medicina Molecular (IMM).

Portugal ficou em segundo lugar, ao lado de Espanha, no número de vencedores. Em primeiro lugar ficou a China, que teve sete premiados. Entre as outras nações elegíveis estavam a Índia, o Brasil, a Itália, a Rússia, a Turquia e a Coreia do Sul.

“Para uma comunidade científica da dimensão da que existe em Portugal, uma proporção de cinco em 28 premiados é um claro sinal da qualidade dos cientistas que aqui trabalham e, sobretudo, da capacidade que centros de investigação em Portugal têm para competir a nível internacional”, disseram os vencedores, em comunicado.

Luísa Figueiredo investiga os mecanismos com que os parasitas evitam o sistema imunitário do hospedeiro. Rui Costa e Megan Carey estudam os circuitos cerebrais que controlam o comportamento. Karina Xavier investiga a comunicação entre bactérias no contexto da flora intestinal, e está a tentar manipulá-las para tirar partido das suas propriedades protectoras contra doenças. Miguel Godinho Ferreira trabalha com o peixe-zebra para compreender os processos envolvidos no envelhecimento.