24.1.12

Portugal campeão da desigualdade

in Correio da Manhã

Portugal tem uma desigualdade de rendimentos maior do que a média da União Europeia (UE). E, dentro do País, a disparidade consoante as regiões é enorme.

Segundo dados revelados ontem no Anuário do Instituto Nacional de Estatística, em 2009 o rendimento de 20 por cento da população portuguesa mais abastada foi "5,6 vezes superior ao rendimento de 20% da população com menor rendimento". Houve uma melhoria face a 2003, quando os ricos ganhavam sete vezes mais, mas ainda estamos pior do que a média de 4,9 nos países da UE.

Portugal é também o campeão da UE em termos de risco de pobreza, que afecta 17,9 por cento da população, percentagem que subiria para 26,4 sem as prestações sociais concedidas pelo Estado. O risco de pobreza consiste na proporção de população com rendimento abaixo de 60% do rendimento mediano.

Observando os rendimentos auferidos consoante a região do País, verifica-se que Lisboa é, de longe, a região onde o salário médio é mais elevado. Segundo os dados revelados pelo INE, em 2009 um trabalhador por conta de outrem ganhava em média 1034 euros brutos. Mas em Lisboa o salário médio estava 30 por cento acima da média nacional, chegando aos 1313 euros.

Inquestionável é a importância decisiva do nível de instrução para os rendimentos auferidos. Em média, um trabalhador português com uma licenciatura aufere 1950 euros, quase três vezes mais do que os 741 euros que ganha quem tem apenas a 4ª classe. Houve uma grande melhoria nas qualificações, mas só 16% dos activos são diplomados, face aos 28,9% na UE.

IMIGRAÇÃO CAI E FAZ REDUZIR POPULAÇÃO

A população residente em Portugal diminuiu ligeiramente (0,01%) em 2010 face ao ano anterior, devido a uma redução da imigração. Em 2010, havia em Portugal 443 055 estrangeiros com título de residência válido, menos 8687 que em 2009.

O Brasil era o país mais representado, com 119 195 pessoas no nosso país, seguido da Ucrânia (49 487), Cabo Verde (43 510), Roménia (36 830) e Angola (23 233). Os chineses eram a nona maior comunidade, com 15 600 imigrantes.