26.7.12

Especialistas defendem que é preciso ir mais longe no combate à SIDA nas mulheres

in Sol

Especialistas reunidos em Washington alertaram que as mulheres são particularmente vulneráveis à Sida e afirmaram que é preciso ir muito mais longe do que o actual foco nas grávidas para abordar o problema.

O alerta, lançado durante a 19.ª conferência internacional sobre Sida, a decorrer esta semana em Washington, assenta no facto de 1,2 milhões de mulheres e raparigas terem sido infectadas em 2011, a maioria nos países em desenvolvimento.

Além disso, estatísticas divulgadas na semana passada pela ONUSida apontam que as taxas de infecção entre as jovens dos 15 aos 24 anos são duas vezes superiores às dos rapazes da mesma faixa etária e 63% de todas as jovens deste grupo que vivem com o vírus são mulheres.

A infecção pelo VIH é a principal causa de mortalidade entre as mulheres em idade fértil.

«Não podemos sequer começar a falar em pôr fim à Sida enquanto uma parte tão importante do impacto da epidemia continuar a afectar tão fortemente as mulheres», afirmou Diane Havlir, professora de medicina na Universidade da Califórnia, em São Francisco, e co-presidente da conferência de Washington, que reúne 20 mil delegados de 190 países.

A médica defendeu que são necessárias «novas abordagens de prevenção com antirretrovirais e microbicidas», já que as mulheres têm maior risco de transmissão do HIV do que os homens nas relações heterossexuais sem preservativo.

Em muitos países, não têm sequer poder de exigir aos parceiros que usem protecção e são muitas vezes vítimas de abuso sexual.

Para a directora adjunta da UNICEF, Geeta Rao Gupta, «foram alcançados progressos substanciais nos últimos anos, mas o objectivo está longe de atingido quando as taxas de infecção se mantêm persistentemente elevadas entre os adolescentes, particularmente as raparigas».

De entre os 2,2 milhões de adolescentes que viviam com Sida no mundo em 2011, 1,3 milhões eram meninas.

«Estas adolescentes e jovens raparigas, as nossas irmãs e filhas, representam uma questão não resolvida na resposta à Sida», disse Rao Gupta.

Lusa/SOL