23.9.12

200 instituições e 2.500 voluntários no My Social Project

por Lusa, publicado por Leonor Mateus Ferreira, in Diário de Notícias

A rede social My Social Project, lançada há seis meses por um grupo de jovens empreendedores, conta já com 200 instituições de solidariedade social e cerca de 2.500 voluntários inscritos para apoiar diferentes projetos no país.

Pedro Bártolo, um dos fundadores da rede que visa mobilizar "pessoas, empresas e causas" para a concretização de projetos sociais, faz um "balanço muito positivo" dos primeiros meses de funcionamento da plataforma.

"Neste início estivemos sempre muito focados em mobilizar algumas pessoas para a rede, em ganhar a confiança das instituições de solidariedade, dar-lhe a perceber e a sentir que o projeto é credível e que podem encontrar ali uma resposta às suas necessidades", explicou o jovem.

Agora que a rede começa a ter "algum movimento", os jovens vão começar a abordar as empresas para se associarem ao projeto e ganharem "alguma massa crítica", divulgando "as suas políticas de responsabilidade social e quem sabe injetar algum dinheiro, de algumas oportunidades, junto das causas".

Esta plataforma é formada por jovens, muitos dos quais "trabalham afincadamente e de uma forma comprometida para ficar em Portugal".

"Muitas das pessoas do grupo de trabalho são altamente qualificadas em Portugal e no estrangeiro e estamos todos a tentar evitar sair do país, montando alguns projetos de solidariedade, porque continuamos a acreditar que queremos ficar junto da família e da nossa cultura", disse o jovem, licenciado em Gestão Industrial.

Este projeto é um "bom exemplo de cidadania" que tenta lutar contra a maré": "A nossa geração irá ter muitas dificuldades em conseguir ficar em Portugal e isto faz com que o sentimento que temos seja de compromisso e de responsabilidade, mas também de nos superarmos".

André Cardoso, 28 anos, é um "utilizador" desta rede social, que considera ter "um potencial tremendo": "Eu penso que para todo e qualquer empreendedor existe ali um investimento".

Este jovem também decidiu apostar na sua carreira em Portugal. Depois da licenciatura em engenharia de gestão industrial no Instituto Superior Técnico, André foi desafiado por uma empresa americana de consultoria e gestão, com escritório em Lisboa, para fazer um mestrado, ao qual se seguiu um MBA em Paris.

"Depois de ter feito o MBA surgiram convites e hipóteses de trabalho fora, mas decidi regressar", contou.

Uma das razões que pesou nesta decisão foi o facto de ter sido uma empresa a financiar-lhe o MBA: "Eu tive um investimento e tenho a vontade de retribuir com trabalho".

A família também foi um forte motivo para ficar. A mulher está a fazer a especialidade em ginecologia/obstetrícia em Lisboa e gostava que os filhos começassem a escola em Portugal pela "qualidade de vida, que é inegável".

"Eu estou ciente de que de alguma forma sou privilegiado por estar empregado, assim como a minha mulher, mas a verdade é que se não tivesse tido a BCG a patrocinar-me o MBA teria sido muito difícil ter tido uma proposta atraente para regressar ao país".

Já Fernando Soares, 28 anos, decidiu partir para Angola por tempo indeterminado. Fez a formação em Portugal na Faculdade de Economia, tendo posteriormente tirado um mestrado em Inglaterra.

"Nesta fase não aparecem grandes projetos a nível profissional e optei por partir. A nossa geração com capacidade de mobilidade acaba por ir para países que estão com necessidades de recursos que Portugal não tem neste momento", contou.

Trabalhou em Londres e regressou a Portugal para ajudar a criar uma área de negócio de exportação virada para o mercado inglês, numa consultora internacional, onde ajudou a criar emprego.

"Precisamente por ter criado esta área de negócio e estar exposto ao setor da segurança social e das pensões vou neste momento abraçar um projeto num país que precisa de desenvolver o setor da segurança social", adiantou.