25.9.12

Segurança Social gasta mais 22,9% com desemprego e recebe menos 4,7% em contribuições

Sara Antunes, in Negócios on-line

As contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social continuam a acentuar a queda. Por outro lado, as despesas do Estado com os desempregados continuam a aumentar, de acordo com a execução orçamental de Agosto.

A queda das contribuições está a acentuar-se, numa altura em que o desemprego tem aumentado para níveis nunca vistos. O que justifica também o aumento das despesas com subsídios de desemprego e apoio ao emprego.

A receita corrente da Segurança Social cresceu 0,7%, em Agosto quando comparado com igual período do ano passado, um valor que representa uma travagem face ao mês anterior, altura em que a receita tinha crescido 1,8%, segundo os dados divulgados esta segunda-feira pela Direcção-Geral do Orçamento (DGO). No total, a Segurança Social arrecadou 15,907 mil milhões de euros em receitas correntes.

A justificar a travagem na evolução das receitas estão as contribuições e quotizações, que caíram 4,7% face ao período homólogo para 8,707 mil milhões de euros. Esta queda é superior à verificada no mês anterior (-4,4%).

Já a despesa corrente aumentou 3,8% para 15,62 mil milhões de euros, um aumento superior ao verificado até Julho (3%). Esta evolução é justificada, em parte, pelo aumento das prestações sociais, entre as quais as despesas com subsídios de desemprego que cresceram 22,9% face a Agosto do ano passado para um total 1,69 mil milhões de euros. Em Julho o aumento homólogo tinha sido de 22,6%.

A DGO salienta que os encargos com prestações sociais aumentaram 400 milhões de euros.

As despesas com pensões também estão a aumentar. Cresceram 1,1% para 9,318 mil milhões, quando, em Julho tinham registado um acréscimo de 0,6%.

A contribuir para o aumento das despesas da Segurança Social está também o pagamento de pensões aos reformados da banca, cujos fundos transitaram para a Segurança Social. Foram 332,9 milhões de euros os encargos referentes a estes pensionistas.

Já as despesas com acções de formação diminuíram em 10,9% para 892,4 milhões de euros, adianta a mesma fonte.