25.1.13

Unicef precisa de mil milhões de euros em 2013 para salvar “milhões de crianças”

in iOnline

A Unicef lançou hoje um apelo para angariar mil milhões de euros em 2013 para combater as crises humanitárias que afetam “milhões de crianças” em 45 países e regiões do mundo, entre os quais Angola.

No relatório anual “Ação Humanitária para as Crianças 2013”, que será lançado hoje, em Genebra (Suíça), a agência das Nações Unidas para a infância sublinha que o apelo financeiro se destina a gerir o impacto das crises – alimentares, naturais e outras –, mas também a melhorar a prevenção e a reforçar a resiliência das comunidades para as enfrentar.

São 45 os países e as regiões incluídos no apelo, entre os quais Angola, onde a Unicef reclama a necessidade de quatro milhões de euros para 2013. Só no Sul de África, nomeadamente em Angola, Lesoto, Malaui e Zimbabué, as crises alimentares afetaram seis milhões de crianças em 2012.

Reconhecendo o caráter “crónico” da insegurança alimentar em “muitas partes de África”, que facilmente arrasta as populações vulneráveis em tempos de crise, a Unicef destaca, por outro lado, que “a resposta concertada” adotada no Corno de África (Etiópia, Eritreia, Somália) conseguiu reduzir o número de pessoas necessitadas de assistência.

Para além da “complexa emergência” em curso na Síria, outras crises com menor cobertura mediática, como as que estão em curso no Chade, na Colômbia, na Etiópia e nas Filipinas, absorverão “mais de 85 por cento do financiamento” pedido, refere a Unicef.

No ano passado, “a falta de financiamento em vários países, como Madagáscar e Colômbia, deixou muitas necessidades por satisfazer”, explicita a agência da ONU, referindo ainda as dificuldades de acesso e segurança dos seus parceiros que prestam ajuda humanitária no terreno.

“As crianças são extremamente vulneráveis em situações de emergência, que, na maior parte dos casos, as deixam em condições de insegurança, em risco de contraírem doenças, expostas à violência, exploração e negligência”, resumiu Ted Chaiban, diretor dos Programas de Emergência da Unicef.

Este primeiro mês de 2013 “já se revelou duro para milhões de crianças que sofrem na Síria e para os inúmeros refugiados que tiveram de fugir para os países vizinhos”, lamentou.

A agência da ONU destaca ainda a situação no Mali e na República Centro-Africana, onde “o conflito tem vindo a agravar-se, ameaçando a vida das crianças e das mulheres”.

Apesar das crises em curso, a Unicef destaca alguns “resultados alcançados entre janeiro e outubro” do ano passado, nomeadamente a imunização de 38,3 milhões de crianças, o tratamento de dois milhões por má nutrição grave e aguda e o alargamento dos serviços de proteção a mais 2,4 milhões; o alargamento do acesso a água potável para 12,4 milhões de pessoas; e o acesso de mais um milhão de pessoas a testes para despiste do vírus HIV-sida, aconselhamento e tratamento.