27.2.13

Jovens pouco preparados para o mercado de trabalho

Margarida Madaleno, in Público on-line

Num seminário organizado pela UGT discutiu-se a empregabilidade dos quadros qualificados portugueses em tempo de crise. Em grande relevo esteve a situação precária dos jovens, afligidos por uma taxa de desemprego de 40% - cerca do dobro da taxa geral.

Juntamente com o combate ao desemprego, João Proença, secretário-geral da UGT, define que a prioridade do Governo deverá ser combater o emprego precário que aflige a grande maioria dos recém-licenciados. Em particular, Proença refere que a maioria dos jovens empregados encontra-se em empregos temporários ou a ganhar o ordenado mínimo.

De acordo com o secretário de estado do trabalho, Pedro Roque Oliveira, estas dificuldades devem-se em grande parte ao desajustamento entre a formação académica dos jovens e as necessidades das empresas; os jovens portugueses não estão a ser formados para acompanhar os requisitos do mercado laboral.

Segundo José Almeida Cesário, secretário de estado das comunidades Portuguesas, a falta de formação adequada ao mercado de trabalho estende-se ao estrangeiro, havendo muitos jovens portugueses sem preparação adequada para competir internacionalmente. A este desfasamento, refere Roque Oliveira, junta-se a dessincronização entre a procura e a oferta de trabalho – os poucos trabalhos que existem não estão a ser encontrados pelos jovens mais qualificados.

As conclusões do secretário de Estado apontam para uma clara necessidade de fomentar alianças mais fortes entre instituições académicas e empresas, incutindo a experiência profissional nos meios universitários.

Contudo, a situação actual do emprego deve-se principalmente à espiral recessiva em que nos encontramos. Maria Helena André, deputada à assembleia da República, refere que o modelo português de desenvolvimento é baseado nas exportações e não no mercado interno. Isto tem levado empresários a seguir políticas de trabalho de baixo custo, levando à diminuição do consumo privado e contraindo o número de postos disponíveis.

Assim, uma das principais medidas para combater o desemprego passa não pela austeridade, mas sim pelo investimento público e privado.