21.2.13

Reding admite que é preciso mais tempo para Portugal

in Diário de Notícias

A vice-presidente da Comissão Europeia (CE) Viviane Reding admitiu hoje no Porto ser necessário "mais tempo" para Portugal construir um futuro sólido.

"Estou muito preocupada com a situação económica e penso que cada cidadão deste país [Portugal] sabe que a situação não é fácil e que precisamos de mais tempo para construir novas estruturas para construir um futuro sólido para as próximas gerações", afirmou a responsável pela Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania da CE.
Viviane Reding, que falava momentos antes de um encontro com empresários na Associação Comercial do Porto, disse que a maior parte do Eurogrupo está "ciente que vai ser preciso tempo para ultrapassar a crise", mas também assinalou que "Portugal conseguiu voltar aos mercados e isso são boas notícias".
Reding disse ainda que em março o Eurogrupo vai discutir a forma como dois países podem sair do programa de ajuda externa: Irlanda e Portugal.
"Só o facto de esta discussão existir mostra que, apesar de todas as dificuldades que as pessoas sentem neste país, as coisas estão a seguir na direção certa. Em março, os ministros das finanças vão olhar para os números e os factos e ver a maneira de Portugal se manter sozinho novamente", frisou.
A dirigente luxemburguesa destacou ainda a forma "notável" e a "coragem" do Governo português em levar as reformas por diante, que acredita serem "absolutamente necessárias".
"Este país estava em muito mau estado e teria sido uma catástrofe para as próximas gerações se isso tivesse continuado", referiu.
A responsável da CE lembrou também o regresso de Portugal aos mercados - sinal de que "as coisas estão na direção certa" - e a forma como a Europa ajudou o país "no momento em que não se conseguia refinanciar sozinho".
Assinalou, porém, que "isso é solidariedade mas não é a solução. A solução é a de que cada país seja capaz de se aguentar sozinho"
Sobre as manifestações de descontentamento entre os portugueses quanto às políticas do Governo, salientou que talvez "as pessoas ainda não vejam a luz ao fundo do túnel, mas têm de saber que os sacrifícios que fazem são para o bem do país e Portugal sairá da crise mais sólido do que antes".
A Comissão Europeia integra, juntamente com o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu, a 'troika' de ajuda financeira a Portugal.