26.2.13

Risco de pobreza ou exclusão em Portugal caiu em 2011

por Eva Gaspar, in Negócios on-line

Percentagem da população em risco de pobreza ou de exclusão social recuou entre 2010 e 2011, mas permanece acima da média europeia, em 24,4%.

O risco de pobreza ou de exclusão social em Portugal recuou quase um ponto percentual entre 2010 e 2011, passando de 25,3% para 24,4% da população (2,6 milhões de indivíduos), ao contrário do que sucedeu na média dos países da União Europeia, onde subiu oito décimas para 24,2%, indicam dados hoje divulgados pelo Eurostat.

A percentagem da população em risco de pobreza ou de exclusão social em Portugal em 2011 traduz o valor mais baixo desde 2004, ano em que o indicador se elevou a 27,5% e que coincide com o início desta série estatística do Eurostat.

Este indicador tenta captar a população que cumpre pelo menos uma das seguintes condições: está em risco de pobreza (rendimento monetário abaixo do limiar de pobreza, que é fixado em 60% do rendimento mediano nacional disponível, após transferências sociais);está severamente privada de bens materiais (a falta de recursos impede, por exemplo, manter a casa adequadamente aquecida, pagar a renda ou ter um carro ou uma TV a cores); ou vive em agregados familiares com intensidade de trabalho muito baixa (trabalharam menos do que 20% do seu potencial total de trabalho durante o ano anterior).

O risco de pobreza ou exclusão social regista variações muito significativas entre os 27 países da UE, oscilando entre o mínimo de 15,3% na República Checa e o máximo de 49,1% na Bulgária. As crianças são, em média na UE, o grupo mais vulnerável: 27% corre o risco de pobreza ou exclusão, percentagem que, no caso porrtuguês, sobe para 28,6%.

Olhando apenas para a taxa de pobreza, os números que constam da base de dados do Eurostat dão conta de que esta aumentou uma décima em Portugal, passando de 17,9% em 2010 para 18% em 2011. No ano 2000, início da série estatística, este indicador elevava-se a 21%. A subida deste indicador em Portugal foi menos expressiva do que a registada no conjunto da UE-27 (passou de 16,4% para 16,9%) e, em especial, no seio da Zona Euro, onde no espaço de um ano a taxa de pobreza progrediu de 16,1% para 16,9%.