21.3.13

Três milhões de espanhóis em pobreza extrema

por Luís Manuel Cabral, in Diário de Notícias

A desigualdade social está cada vez mais acentuada em Espanha Fotografia © Juan Medina - ReutersA crise está a atingir de tal forma a sociedade espanhola que já existem no país três milhões de pessoas em situação de pobreza extrema, a antecâmara da exclusão social.

O cenário negro foi traçado por um estudo da Fundação Fossea intitulado "Desigualdade e Direitos Sociais. Análises e Perspectivas 2013" elaborado a partir de diferentes fontes oficiais e revela uma situação dramática e sem precedentes nos tempos recentes.

Segundo a entidade, o colapso financeiro das famílias espanholas resulta do efeito combinado da quebra de receitas (4%) e da subida dos preços (10%), traduzindo-se num "empobrecimento galopante", sobretudo entre os mais desfavorecidos. Em declarações ao jornal espanhol "El País", Carlos Susías, responsável da Rede Contra a Pobreza e a Exclusão Social, afirma que "a evolução do empobrecimento em Espanha nos últimos anos é uma verdadeira barbaridade".

Uma das consequências da crise é o desemprego e o aumento da pobreza. Outra, "o aumento sem precedentes da desigualdade e da distribuição da riqueza na sociedade", diz Susías. Segundo o "El País", desde 2006, as receitas das pessoas com menos recursos cairam todos os anos cerca de 5% mesmo que em relação aos mais favorecidos a tendência tenha sido inversa. O resultado é que a diferença entre os mais desfavorecidos e os mais ricos aumentou 30%.