29.3.13

URD e outras novas igrejas 'exploram os homens com promessas anti-crise'

in Sol

O arcebispo de Braga, Jorge Ortiga, afirmou hoje que as novas igrejas "exploram os homens em nome de Deus com promessas anti-crise", tendo citado concretamente o nome da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).

"Se já sabíamos que existem religiões que matam em nome de Deus, estas novas igrejas, como o caso da IURD, exploram os homens em nome de Deus com promessas anti-crise, garantindo que ele retribuirá a triplicar todo o dinheiro que é oferecido no altar", referiu Jorge Ortiga, na homilia da Missa do Lava-Pés, na Sé de Braga.

O prelado criticava assim a denominada "Teologia da Prosperidade, que as novas igrejas/seitas cristãs defendem, prometendo a retribuição de Deus pelas nossas obras não no fim da vida, mas já aqui e agora".

A essas igrejas, Jorge Ortiga, que é também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, "ofereceu" a citação da Carta de S. João "Deus é Amor".

"Porque se Deus é amor, Ele não se inscreve numa lógica comercial, mas numa lógica caritativa. Se assim fosse, Jesus só teria lavado os pés aos seus discípulos, depois de estes pagarem previamente esse serviço", sublinhou.

Dirigindo-se aos "muitos" que asseguram que a Igreja "é uma instituição poderosa", o arcebispo de Braga recordou que o poder da Igreja se chama "apenas caridade".

Jorge Ortiga afirmou que "os marxistas vieram atacar a Igreja, acusando-a de ser contra os proletários e a favor dos ricos", mas contrapôs que "é evidente o contrário".

O contrário que passa pelo "cuidado permanente, multissecular e pluricultural dos cristãos para com os pobres e infelizes" e pelas "maravilhas sociais da solidariedade católica no apoio aos mais desfavorecidos."

Como prova disso, esgrimiu o "Prémio Direitos Humanos" atribuído recentemente pela Assembleia da República à Cáritas Portuguesa.

Ortiga afirmou que, "neste tempo em que somos bombardeados com a palavra crise", a eucaristia pode oferecer "gratuitamente" soluções ou bálsamos para alguns dos problemas do dia-a-dia.

"O dom da eucaristia exige-nos uma vida em doação gratuita", disse ainda.