25.6.13

Portugueses conseguem escapar ao desemprego em França

in Sol

O Cônsul de Portugal em Paris, Pedro Lourtie, afirmou hoje que os emigrantes portugueses são das comunidades menos afetadas pelo desemprego em França, apresentando mesmo uma taxa inferior à média nacional daquele país.
“A comunidade portuguesa tem uma característica que lhe é especifica e que é muito interessante e positiva, é que tem uma taxa de desemprego que é mais baixa do que a taxa de desemprego de França e seguramente muito mais baixa até do que as outras comunidades estrangeiras aqui em França”, declarou.

O cônsul foi hoje anfitrião da iniciativa “Exportar Trás-os-Montes”que levou uma delegação de projetos sociais e empresas da região a Paris para promoverem os produtos regionais e à procura de novas oportunidades de negócio.

Pedro Lourtie afirmou não ter “números certos”, mas garantiu que há uma semana decorreu no consulado “um seminário onde foram apresentados números concretos e de facto os portugueses têm uma taxa de desemprego que está abaixo da média francesa”.

“Isso é positivo”, enfatizou.

O consulado tem inscritos 750 mil portugueses e faz cerca de 600 atendimentos à comunidade lusa por dia. O cônsul acredita que contabilizando também os luso descendentes e aqueles que têm dupla nacionalidade, a comunidade portuguesa em França deverá ultrapassar um milhão.

O cônsul reforçou que os portugueses estão “muito bem integrados” e prova disso são os dados do desemprego.

“É algo que só nos pode alegrar”, acrescentou.

Isto não que dizer que “não existam obviamente problemas porque eles existem”, ressalvou, apontando que acontecem, sobretudo “com algumas das pessoas que chegam” nos últimos tempos, embora “com muita pouca frequência”.

Daí, o alerta para que “as pessoas que queiram sair de Portugal que saiam o mais informadas possível, que saiam se possível com um contrato de trabalho já assinado ou pelo menos já programado, para que depois não haja surpresas porque a situação pode não ser exatamente aquela que estava à espera”.

A emigração dos anos 60 e 70 do século passado “passou por muitas dificuldades, mas na altura havia de facto muito emprego”.

Na tualidade, a realidade é outra, embora portugueses que a Lusa encontrou em Paris e que emigraram há mais de 40 anos como Ernesto Nunes, garantam que um bom “garçon”, ou seja um trabalhador que saiba de construção civil e, sobretudo se for “malta nova”, não tem problema em arranjar trabalho.

Ernesto e outro português João Amaral não estranham o fluxo de conterrâneos que agora rumam a França à procura de emprego por causa da crise em Portugal.

“Toda a vida sempre chegou aqui gente”, garantem.

Os tempos também são menos fáceis em Franca, mas João Amaral, que deixou um emprego do Estado na Covilhã, há sete anos, para emigrar, prefere continuar emigrado que agora desempregado.

Portugal “qualquer dia está a saque”, temem.

Lusa / SOL