18.9.13

Estudo: Portugal é o país europeu mais preocupado com imigração ilegal

in iOnline

Nos Estados Unidos (61%) e na Europa (52%), a maioria considera que os imigrantes de primeira geração estão a integrar-se bem nos países respetivos
Portugal é o país europeu onde existe maior preocupação com a imigração ilegal, com uma taxa de 88%, revela a 12ª edição do inquérito internacional “Transatlantic Trends 2013”, hoje divulgado.

O estudo, realizado anualmente, indica que 74% dos inquiridos portugueses referem não estar preocupados com a imigração legal (apenas 26% manifestam receio), mas quando questionados sobre a imigração ilegal surgem em primeiro lugar, à frente da Itália (86%) e do Reino Unido (80%).

A sondagem foi conduzida em junho de 2013 pela “TNS Opinion” nos Estados Unidos, Turquia e em 11 Estados membros da União Europeia: Alemanha, Eslováquia, Espanha, França, Itália, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, Roménia e Suécia.

Em todos os países sondados os entrevistados sobrestimam a percentagem de imigrantes na sua população, mas na Europa Portugal volta a ser o país em que esta avaliação é mais elevada (34,6%), com uma média de 22,9% na União Europeia (UE). A atual população imigrante em Portugal situa-se oficialmente nos 8%.

Nos Estados Unidos (61%) e na Europa (52%), a maioria considera que os imigrantes de primeira geração estão a integrar-se bem nos países respetivos, com 72% de respostas positivas em Portugal. E em relação à integração dos filhos dos imigrantes, a designada segunda geração, as respostas são na globalidade ainda mais positivas, com 59% dos europeus a concordar, incluindo 82% em Portugal.

No entanto, o estudo revela um descontentamento com a gestão dos governos face à política de imigração, com 68% dos norte-americanos a criticar a administração da Casa Branca nesta área, e 58% dos europeus a censurem os seus responsáveis políticos.

Em Portugal as opiniões dividem-se, com 41% a considerarem que o governo faz um bom trabalho, e 44% com posição contrária.

Quando questionados se “os imigrantes tiram os empregos dos nacionais”, Portugal surge de novo dividido, com 53% a discordar e 45% a concordar (para uma média de 62% de europeus que recusam essa consequência nos seus países).

Nos EUA e Europa, a maioria considerou no entanto que os imigrantes “são um peso para os serviços sociais”, mas rejeitaram que os imigrantes constituam “uma ameaça à cultura nacional”, antes considerando que os imigrantes “enriquecem a cultura”.

Sobre a emigração, Portugal volta a destacar-se com 88% dos inquiridos a considerarem que constitui um problema para o país, quando 57% dos entrevistados europeus opinou que não constitui um problema. Um valor que ascende a 69% nos Estados Unidos.

O inquérito revela ainda que na Turquia, 44% dos entrevistados continuam a apoiar a adesão à UE (74% em 2004), enquanto 34% considerou que seria negativo (mais nove pontos percentuais face a 2004).

Na UE, 33% por cento dos inquiridos rejeitaram a adesão da Turquia, 20% afirmaram que seria positiva e 37% revelaram-se indecisos.

A “Transatlantic Trends” é uma sondagem anual de opinião pública, conduzida pelo German Marshall Fund of the United States (GMF) e pela Compagnia di San Paolo (Turim, Itália), com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), Fundação BBVA (Espanha), Fundação Communitas (Bulgária), Ministério dos Negócios Estrangeiros sueco, e Barrow Cadbury Trust (Reino Unido).