21.11.13

Famílias com uma só pessoa quase duplicaram em 50 anos

in Jornal de Notícias

As famílias com uma só pessoa quase duplicaram em 50 anos, representando 8% da população de Portugal, revelam dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, que assinalam também uma redução significativa da dimensão dos agregados familiares.

O número de famílias unipessoais passou de 11,5%, em 1960, para 20,4%, em 2011, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), que assinala o grande crescimento desta realidade a partir de 1991, no destaque "Como evoluíram as famílias em Portugal?", divulgado esta quarta-feira.

Em 1991, 435864 pessoas viviam sozinhas e, em 2011, eram já 866827, número que representa 8% da população portuguesa.

O aumento das famílias unipessoais registou-se na generalidade do território português, assinala o INE, adiantando que, em 2001, a maior preponderância destas famílias se fazia sentir no sul do país, na Grande Lisboa e no Interior Centro. Em 2011 aumentou o número de regiões que registam uma proporção de famílias de uma só pessoa acima dos 20%.

Estas famílias são sobretudo constituídas por mulheres (5,2% contra 3% de homens) e quase metade das pessoas nestes agregados têm 65 ou mais anos (46,9%).

Inferior é a percentagem de pessoas até 49 anos que viviam sozinhas, situando-se nos 7,4% na faixa entre os 15-29 anos e de 24%, entre os 30 e os 49 anos.

As famílias unipessoais acima dos 65 anos encontram-se sobretudo em municípios do interior Norte e Centro, como reflexo do envelhecimento da população que vive nestas regiões.

Apesar do aumento das famílias unipessoais, Portugal mantém-se ainda abaixo da média europeia quanto ao peso destas famílias na população total (14,5% na UE27).

O envelhecimento da população e as mudanças de vida na população mais jovem, sobretudo solteiros e divorciados, explicam, segundo o INE, este aumento.

Os dados do INE revelam ainda uma "redução significativa" da dimensão das famílias portuguesas, que passaram de 3,8 pessoas em 1960 para 2,6 em 2011.

O INE assinala também um decréscimo das famílias numerosas (pelo menos 3 filhos), que eram, em 2011, 4,8% do total de famílias e 7,4% das famílias com filhos.

Regista-se ainda uma diminuição "expressiva" da percentagem de famílias com mais de cinco pessoas que, em 2011, representavam apenas 2% das famílias, em comparação com os 17,1%, em 1960.

O casal continua a ser a forma de organização familiar predominante, com 59% das famílias a serem constituídas por um casal, em 2011.

Os casais com filhos continuam a ser predominantes, mas caíram de 47,5%, em 1960, para 35,2%, em 2011.

O número de casais sem filhos aumentou, passando de 14,8 para 23,8 das famílias em meio século.

As famílias complexas - aquelas em que, ao casal, com ou sem filhos, se juntam outras pessoas aparentadas - caiu quase para metade, passando de 15,4, em 1960, para 8,7, em 2011.

O INE destaca ainda a diminuição do número de idosos a viverem em famílias complexas, que baixou de 19,6% para 15,8%, entre 2001 e 2011.