22.1.14

Part-time em Portugal muito aquém da média dos países da UE

Por Margarida Bon de Sousa, in iOnline

Trabalho a meio tempo pode melhorar empregabilidade no sector

O peso diminuto do trabalho em part-time na grande distribuição é um dos óbices à maior empregabilidade no sector. Ou seja, a excessiva rigidez das relações laborais acaba por se reflectir na empregabilidade. No Reino Unido, a percentagem dos contratos a tempo parcial no total da actividade económica é de 27%, subindo para 39% no comércio. Em contrapartida, Portugal tem 14% de trabalhadores em part-time no total da actividade económica, para 10% no comércio.

Esta é uma das razões que contribuem para a alta taxa de desemprego em Portugal. Enquanto noutros países da União Europeia é frequente os estudantes universitários já terem tomado contacto com o mundo laboral antes mesmo de terminarem a licenciatura, através de um regime de trabalho a meio tempo, os estudantes universitários portugueses só o fazem depois de terminarem o curso.

A esmagadora maioria dos contratos de trabalho na grande distribuição são sem termo, 78,2% em 2012, contra 21,8% a termo certo no mesmo ano. Quanto à estrutura etária, 29% dos trabalhadores que estavam em 2012 no alimentar tinham mais de 40 anos, contra 13% no não alimentar. No total da grande distribuição, 27% dos empregados tinham 40 anos ou mais.

Relativamente às habilitações literárias, 7% dos colaboradores da grande distribuição tinham no mesmo ano um curso superior universitário. A esmagadora maioria, contudo, tinha o ensino secundário, com uma percentagem de 42%. No alimentar, o peso deste grau de ensino subiu para os 52%, enquanto no não alimentar se situou nos 40%. Os trabalhadores com ensino secundário representavam 52% no não alimentar, 40% no alimentar e 42% no total das empresas da grande distribuição.

Ao nível da antiguidade, 7% dos colaboradores do não alimentar trabalhavam no sector há mais de 15 anos, contra 19% no alimentar e para um total de 17% no conjunto das empresas da grande distribuição. Entre 10 e 15 anos, a percentagem dos trabalhadores foi de 14% no não alimentar, de 16% no alimentar ainda em 2012 e de 15% em todo o sector. Até um ano, o não alimentar tinha 19% dos colaboradores com este tempo, no alimentar 13% e no total das empresas 14%.