Núcleo da EAPN inaugurou sede para trabalhar melhor no combate à pobreza

Glória Lopes, in Mensageiro de Bragança

O Núcleo Distrital de Bragança da EAPN (Rede Europeia Anti-Pobreza, Portugal) inaugurou na passada terça-feira a sua sede, na Av. Dinastia de Bragança, numa altura em que o número de pessoas com carências não pára de aumentar. Os pedidos de ajuda financeira para pagar despesas da casa, alimentos e vestuário são alguns dos mais referenciados pelas instituições particulares de solidariedade social que trabalham com a EAPN, deu conta Ivone Florêncio, técnica do Núcleo de Bragança. “Há cada vez mais pedidos e menos recursos”, realçou. O presidente da EAPN Portugal, Pe. Jardim Moreira, lançou um repto aos políticos para se “voltarem para o combate à pobreza e não se limitarem a políticas assistencialistas”. Apesar das medidas já tomadas a nível central, por agora, “ainda não chegou qualquer melhoria à base, quem estava desempregado continua a estar e quem não tinha recursos continua sem os adquirir”, referiu o responsável, dando nota que “muitos deixam de comprar medicamentos para garantir a subsistência mínima”. Quanto às instituições, admite que muitas estão a contrair empréstimos para sobreviver, “mas assim entram em dívidas que terão de cumprir, não sei como será nessa altura e como vão aguentar”. A solidariedade e a sensibilidade da sociedade civil têm aumentado. Criaram-se redes de proximidade e parcerias que possibilitam algum apoio, como o movimento de padrinhos “que mensalmente suporta muitas despesas”, afirmou o Pe. Jardim Moreira. A grande preocupação das instituições “é conseguir dar resposta às solicitações que lhes chegam”, afirmou a técnica do Núcleo de Bragança. Antes da sede agora inaugurada, uma loja arrendada, o Núcleo Distrital já passou por outros espaços, como o Centro Social e Paroquial de Santo Condestável e a Cruz Vermelha Portuguesa, a partir de agora vão poder aumentar a área de atuação, nomeadamente a formação, intervenção e lobby, “porque temos mais espaço e só nosso”, referiu Ivone Florêncio. A EAPN tem 18 núcleos espalhados por todo o país, o de Bragança tem cerca de 160 instituições associadas.