20.10.14

Mulheres rurais as mais discriminadas

in Fátima Missionária

As mulheres que vivem em meio rural são responsáveis por metade da produção de alimentos a nível mundial. Mas continuam a ficar mais pobres e mais vulneráveis às violações de direitos humanos


Apesar dos índices de fome e da pobreza terem diminuído nas últimas décadas a nível mundial, o número de mulheres pobres aumentou, sobretudo na América Latina e Caribe, revela a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), sublinhando que nesta região 58 milhões de mulheres vivem em zonas rurais e 4,5 milhões são produtoras agropecuárias, o que as torna indispensáveis na segurança alimentar.

Segundo o representante regional da FAO para a América Latina e Caribe, Raúl Benítez, «na América Latina, 40 por cento das mulheres rurais maiores de 15 anos não têm rendimentos próprios e mais de metade das trabalhadoras agrícolas vivem abaixo da linha de pobreza».

Dado que as mulheres têm menos acesso que os homens à propriedade da terra, aos serviços financeiros e a outros meios para aumentar a produção agrícola, todos ficam a perder, pois se as produtoras agrícolas tivessem as mesmas condições que os homens, seria possível alimentar mais 150 milhões de pessoas no mundo, destaca o responsável.

Para reverter a situação, é fundamental «mudar ideias arcaicas e profundamente arraigadas sobre os papéis do homem e da mulher, que impedem a plena participação das mulheres na adoção de decisões e no desenvolvimento social e económico», defende Raúl Benítez, citado pela agência Adital.