18.12.14

O plano de Braga é criar 6000 empregos nos próximos 12 anos

Texto de Samuel Silva, in Público on-line (P3)

As indústrias das tecnologias e da construção são as áreas de mais forte aposta da estratégia da InvestBraga

Braga quer criar 500 novos empregos por ano até 2026. Se a meta definida no plano estratégico para o desenvolvimento económico do concelho, que foi apresentado esta quarta-feira, for atingido, as empresas locais terão lugar para mais 6000 trabalhadores. As indústrias das tecnologias e da construção são as áreas de mais forte aposta apontadas no documento.

O objectivo último do documento é que Braga seja uma cidade “onde se viva melhor”, com “mais emprego e melhores salários”, define o presidente da empresa municipal InvestBraga, Carlos Oliveira. Aquela entidade coordenou o plano estratégico que vigorará por mais de uma década e que implica que o concelho consiga taxas de crescimento económico sem precedentes. Para que se cumpram as intenções agora anunciadas, o PIB regional teria de aumentar, em cada ano, um ponto percentual acima da média da Península Ibérica.

Apesar de identificar outros eixos de desenvolvimento como o turismo, o comércio e os centros de serviços partilhados, o plano estratégico para Braga encontra na indústria a principal área de expansão económica do concelho. Carlos Oliveira fala mesmo num processo de “reindustrialização da região”. “Sem indústria não podemos exportar mais”, justifica.

O plano da InvesBraga – desenvolvido em colaboração com instituições nacionais como o Iapmei ou o Instituto de Emprego e parceiros locais como a Universidade do Minho (UM) ou a Associação Industrial do Minho – nomeia quatro indústrias prioritárias, todas elas com implementação anterior na região: a saúde, a construção, sectores tradicionais como o têxtil e a metalomecânica e as tecnologias de informação e comunicação.

Requalificação de recursos

Nesse sentido, no próximo ano arranca um programa de requalificação de recursos humanos na área da engenharia, desenvolvido em parceria com a UM, destinada a “transformar”, no espaço de seis meses a um ano, engenheiros de áreas com mais dificuldades de emprego em profissionais das tecnologias de informação.

Este é uma das medidas a aplicar durante 2015, juntamente com a criação de um geo-portal empresarial, um mapa de ordenamento comercial do centro da cidade ou a chamada arena da inovação, um parque empresarial estabelecido pela InvestBraga, em articulação com a UM e o Instituto Ibérico de Nanotecnologia. “Não será um parque para instalação de empresas, mas um centro de saber do qual as empresas podem triar partido”, explica Carlos Oliveira.

O plano apresentado esta quarta-feira sublinha ainda as “vantagens competitivas da cidade” de que podem tirar partido eventuais investidores, como o facto de ter uma população predominantemente jovem, a mão-de-obra qualificada pela proximidade com instituições de ensino profissional e superior, a localização geográfica e a proximidade face a infra-estruturas como o aeroporto Sá Carneiro ou o porto de Leixões.