11.5.15

Currículos desajustados deixam alunos mal preparados para o mercado de trabalho

in RR

A conclusão é de um estudo realizado junto de 47 empresas em Portugal. Inquérito procurou identificar as necessidades de quem contrata para os próximos anos, perceber quem vão recrutar e quais as áreas.

Os currículos dos alunos do secundário são desajustados à realidade e os estudantes do 12º ano estão pouco preparados para entrar no mercado de trabalho. A conclusão é de um inquérito realizado a 47 empresas pelo BCSD Portugal.

A grande parte dos inquiridos (80%) "percepciona os candidatos do 12º ano como pouco preparados, enquanto 30% melhoram esta percepção em relação ao ensino superior".

Em relação ao ensino secundário, o estudo revela que 70% das empresas consideram os currículos desajustados e outras 70% dizem que o nível de conhecimento dos alunos com o 12º ano é desalinhado.

No que toca ao ensino superior, a percepção empresarial é distinta: apenas 10% avaliam os currículos como desajustados; 20% consideram o nível de conhecimento no final do curso como desalinhado; e 30% percepcionam os candidatos com o ensino superior como pouco preparados.

Adequar os perfis à formação escolar
O inquérito foi realizado com o objectivo de conseguir adequar os perfis pretendidos pelas empresas e a formação escolar, para desta forma reduzir o desencontro que existe entre as necessidades das empresas e as qualificações dos alunos que estão a sair das escolas secundárias.

Pretendeu-se ainda identificar as necessidades das empresas para os próximos anos, perceber quem irão recrutar e quais as áreas onde o recrutamento é mais escasso no mercado português.

O Ministério da Educação e Ciência e o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento – BCSD Portugal assinam esta segunda-feira um protocolo de colaboração com vista a desenhar os currículos dos cursos do ensino vocacional e na formação em contexto de trabalho.

Engenharia tecnológica, comercial, marketing e comunicação de informação, ciências económicas, operações e logística e automação são as cinco competências mais escassas em Portugal, segundo o questionário.

As 47 empresas que responderam às perguntas empregam 240 mil colaboradores e facturam cerca de 67 mil milhões de euros na sua actividade global. São membros do BCSD Portugal. Nos próximos anos, esperam criar entre 7.500 e 11.200 postos de trabalho em Portugal.

Um estudo apresentado durante a conferência "O trabalho e o emprego em Portugal", organizada pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), concluiu que a oferta das escolas está mesmo desajustada das necessidades que o mercado de trabalho procura? "Três em cada 10 empresas não encontram quem precisam para as vagas que têm".