13.7.15

Erradicar a fome no mundo custa 240 mil milhões

Texto Francisco Pedro, in Fátima Missionária

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura estima que seriam necessários 140 euros anuais para cada pessoa que vive na pobreza, para acabar com a fome até 2030

A erradicação da fome no mundo, até 2030, obrigaria a um investimento de 240 mil milhões de euros por ano em projetos de proteção social em áreas rurais e urbanas, para que as pessoas que vivem em situação de pobreza extrema melhorassem as suas condições de vida. Esta é a conclusão a que chegaram os relatores de um estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado esta semana.

«A conclusão do relatório é clara: se não forem tomadas medidas, em 2030 haverá mais 650 milhões de pessoas em situação de desnutrição crónica. É por isso que defendemos uma nova abordagem ao problema, que combine a proteção social com o investimento no desenvolvimento do meio rural», afirmou, na ocasião, o diretor da FAO, José Graziano da Silva.

Uma das soluções, segundo Kanayo Nwanzeha, diretor do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (IFAD), passaria por «dar ferramentas e recursos necessários aos pequenos agricultores, para que pudessem mudar a situação das comunidades que passam por problemas severos de nutrição». «Não veremos melhorias na redução da pobreza e da fome, a menos que se invista seriamente na população rural», sublinhou o responsável.

Já o diretor executivo do Programa Alimentar Mundial, Ertharin Cousin, pediu uma mudança de mentalidades na forma como se ajudam os mais pobres, para travar o ciclo de pobreza e de fome. «Deve investir-se nos mais vulneráveis e garantir que com essas ferramentas não só superam a fome, mas também conseguem retirar o máximos dos seus recursos e capacidades», assinalou o dirigente.