3.9.15

A vida debaixo da terra

Sim Chi Yin, in Público on-line

Liu Jing, 21, trabalha como esteticista e vive num quarto dois andares debaixo do solo.

Milhares de chineses partem para Pequim com o sonho de enriquecer e ter sucesso na grande capital. As rendas elevadas levam a que grande parte dos migrantes opte por viver em caves, debaixo de grandes condomínios e empresas. O valor das rendas varia entre 45€ a 110€, quartos com 8m² ou do tamanho de um armário de roupa. Normalmente, 50 a 100 quartos partilham uma casa de banho, com vários cubículos. Em Dezembro de 2010, as autoridades emitiram um novo regulamento para evitar que as caves fossem renovadas e ocupadas. Desde então, têm sido fechadas várias casas subterrâneas, consideradas “inseguras, sujas e caóticas”, segundo um oficial da defesa civil. Viver numa cave é por vezes a única hipótese para migrantes chineses que procuram uma vida diferente na grande capital. Por enquanto, as caves continuam habitadas e a manter os sonhos e esperanças daqueles que partem em busca de algo melhor. “Não existe diferença entre mim e alguém que viva no condomínio luxuoso. Vestimos a mesma roupa e temos o mesmo corte de cabelo. A única diferença é que nós não conseguimos ver o sol”, diz Zhuang Qiuli, esteticista de 25 anos. “Daqui a alguns anos, quando tiver dinheiro, também vou viver lá em cima”.