17.9.15

Os refugiados que estão na Hungria chegam exaustos e com fome

in TSF

Nem o muro que está a ser construído na Hungria serve para travar a vaga de refugiados que procura chegar à Europa. Esta segunda-feira entraram no país mais de duas mil pessoas.

Emo Simon, representante do alto comissariado da ONU para os refugiados conta que nem o muro que está a ser levantado na Hungria serve para travar o fluxo de refugiados

Emo Simon, representante do alto comissariado da ONU para os refugiados fala num número recorde de refugiados que chegaram à Hungria

A Hungria tem sido um dos países mais afectados pela crise dos refugiados. Ontem, segunda-feira, e de acordo com a policia, foram batidos todos os recordes. Em apenas 24 horas chegaram duas mil e 93 pessoas.

A TSF falou com Emo Simon, representante do alto comissariado da ONU para os refugiados que contou que nem o muro que está ser construido os trava. Na fronteira entre a Sérvia e a Hungria as pessoas ainda encontram zonas onde a vedação não foi construída, ou apenas passam o arame farpado colocando cobertores ou sacos cama e saltando por cima.

Já dentro da Hungria eles são capturados pela policia húngara, são registados e enviados para os centros de imigrantes, só que a maioria não chega lá. "Podem viajar e é muito provavel que continuem até à Europa Ocidental: para a Áustria, para a Alemanha e outros países".

Emo Simon adiantou que mesmo Budapeste está a receber refugiados o que é uma situação inédita. "Eles passam algum tempo na cidade e a maioria fica nas estações de comboios. Há milhares de refugiados nas três principais estações: chegam centenas todos os dias passam lá a noite e há voluntários hungaros que os ajudam com comida, água e roupas".

Para além de construir o muro na fronteira com a Sérvia o governo húngaro quer que estes refugiados abandonem o país o mais rápido possivel e como não quer pagar a estadia deles nos centros de imigrantes deixa-os ter liberdade de movimentos.

"Tal como noutros países todas estas pessoas chegam exaustas. Sofrem muito por causa das longas caminhadas. São centenas de quilómetros a andar. Muitos chegam com fome".

Ouvido pela TSF Emo Simon revela que entre os refugiados há muitas crianças. "A colega esteve esta manhã numa das estações de comboio de Budapeste e viu muitas crianças e muitas grávidas".