28.10.15

Crianças são as mais afetadas por crise econômica na Europa

in Globo.com

26 milhões de crianças e jovens estão ameaçadas pela pobreza e exclusão
Jovens de 20 a 24 anos sem emprego e estudo estão em 25 de 28 Estados

Depois de anos de crise econômica, cerca de 26 milhões de crianças e jovens na Europa estão ameaçadas pela pobreza ou exclusão social, de acordo com um estudo da Fundação Bertelsmann, que deu à Grécia as piores marcas em toda a União Europeia.

O Índice de Justiça Social da Bertelmann, uma pesquisa anual sobre as condições sociais do bloco de 28 membros, encontrou um fosso entre o norte e o sul, e entre jovens e idosos.

Na Espanha, Grécia, Itália e Portugal, o número de crianças e jovens que estão em situação de risco por causa de sua condição econômica aumentou desde 2007 em 1,2 milhão, passando a 7,6 milhões, segundo o estudo.

Além disso, desde 2008 o número de cidadãos da UE entre 20 e 24 anos que não estão nem empregados nem estudando ou em treinamento subiu em 25 dos 28 Estados. A Alemanha e a Suécia são os únicos países onde as perspectivas para essa faixa etária têm melhorado.

Na Itália, 32% das pessoas na casa dos 20 anos se enquadram nessa categoria, enquanto na Espanha constituem 24,8%.

"Não podemos nos dar ao luxo de perder uma geração na Europa, seja social ou economicamente", disse Aart De Geus, presidente do conselho executivo da Bertelsmann. "A UE e os seus Estados membros têm de fazer esforços especiais para melhorar de forma sustentável as oportunidades para as pessoas mais jovens."

Por outro lado, o estudo descobriu uma redução no número de pessoas com 65 anos ou mais sob risco de pobreza porque os rendimentos e benefícios da aposentadoria não caíram tão fortemente como os dos cidadãos mais jovens.

Bertelsmann disse que três tendências gerais europeias exacerbaram esse abismo entre jovens e velhos: a dívida pública crescente, estagnação do investimento em educação e pesquisa, e aumento da pressão sobre a viabilidade financeira dos sistemas de previdência social.

Suécia, Dinamarca, Finlândia, Países Baixos e República Checa ficaram no topo do ranking de justiça social, enquanto a Grécia, Romênia, Bulgária, Itália e Espanha estavam na parte inferior.