26.11.15

Pobreza continua a fustigar países menos avançados

in RFI

A Conferência das Nações Unidas para o comércio e desenvolvimento publicou hoje o seu relatório 2015 sobre os Países menos avançados, PAM. Uma categoria que abrange 48 países, incluindo 34 africanos, entre eles Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Dos países africanos de língua oficial portuguesa só Cabo Verde já não faz parte do grupo. Rolf Traeger é o chefe dos pma na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED). Ele alega que a redução da pobreza registada podia ter sido superior e metade da população vive na pobreza absoluta.

Segundo os objectivos de desenvolvimento do milénio, definidos em Setembro de 2000 para serem alcançados pelos governos dos 191 países-membros da ONU até 2015; uma das prioridades passa por reduzir pela metade o número de pessoas que vivem na miséria e passam fome. Cerca de 980 milhões de pessoas no mundo vivem com menos de 1 dólar por dia. Algumas acções sugeridas são o apoio à agricultura familiar, a programas de educação e projectos de merenda escolar.

"Estamos a assistir ao fim da Era dos objectivos de desenvolvimento do milénio (ODM) cujo objectivo número um era o de reduzir a pobreza pela metade. No caso dos PMA, a taxa de pobreza foi reduzida em 65% em 1990 para 48% actualmente, ou seja, houve um progresso, houve uma redução da pobreza. Entretanto, tendo em conta o forte nível de crescimento económico poder-se-ia ter esperado uma redução muito mais acentuada da pobreza. Por outro lado, apesar dessa redução da pobreza é importante que se considere que ainda, praticamente, metade da população desses países vive na pobreza absoluta, o que é uma situação absolutamente inaceitável", defendeu o chefe dos pma na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Roft Traeger.