18.12.15

“E por que não um Ordenado Máximo Nacional?”

Liliana Carona, in "Rádio Renascença"

Mensagem de Natal do Bispo da Guarda centrada no combate às desigualdades, mas também com preocupações sobre as alterações climáticas.

Se existe ordenado mínimo nacional, para o Bispo da Guarda deveria existir também o ordenado máximo nacional. Na mensagem de Natal, D. Manuel Felício critica as desigualdades existentes no país e afirma que “não há a cultura de fazer contenção onde se deve fazer contenção”.

A propósito da mensagem que o Papa Francisco publica para o Dia Mundial da Paz, dia 1 de Janeiro, D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, retoma o assunto na mensagem de Natal, e a necessidade de combater a indiferença.

“Olhar para tanta gente que sofre, e que está desenquadrada da sociedade, não podemos encarar isso como uma fatalidade, e a solidariedade é um dos caminhos a promover”, defende o prelado diocesano, afirmando que “as desigualdades continuam e fortemente muito patentes”.

D. Manuel Felício dá como exemplo os escalões de ordenados, “conforme há um ordenado mínimo, também deveria existir um ordenado máximo, e as pessoas distribuíam-se por aqui, não há a cultura de fazer contenção onde se deve fazer contenção, faz-se contenção no ordenado mínimo, porque as empresas precisam de empregar gente menos qualificada para ter resultados”.

“Ainda não temos a cultura de apostar na qualidade, para ganharmos a batalha do desenvolvimento através da qualidade, ainda não chegamos lá, haveremos certamente de percorrer esse caminho para lá chegarmos”, acrescenta.

A misericórdia e a solidariedade são para todos e para as gerações futuras. D. Manuel Felício aborda o tema das alterações climáticas sentidas na própria diocese da Guarda.

“Praticar a misericórdia e criar condições às famílias para que se sintam bem, envolve estar atento a esta dimensão”, assume D. Manuel Felício, referindo que o mês de Outubro foi o mais quente de que há memória e o mês de Novembro, mais quente desde há 40 anos, “e isto há de ter consequências, não devíamos estar com problemas de água e estamos, as barragens estão vazias, e a Misericórdia e a solidariedade não é só para os que hoje vivem, é também para as gerações futuras e é uma responsabilidade nossa”, concluiu.

D. Manuel Felício falava à margem do encontro com os jornalistas para divulgação da mensagem de Natal.