Muitas vagas e poucos refugiados

In "Rádio Renascença"

Portugal recebe hoje os primeiros 24, ao abrigo do acordo com a União Europeia. Plataforma de Apoio aos Refugiados lamenta burocracia europeia. Desde outubro que tem 600 vagas para acolher quem procura refúgio na Europa, mas só hoje recebe os primeiros sete.

Chega hoje a Portugal o primeiro grupo com 24 dos 4.754 refugiados que Portugal acordou receber de um total de 160 mil que deverão ser reinstalados em 14 países da União Europeia. O acordo europeu foi alcançado há 3 meses, mas só agora foi possível encaminhar os primeiros refugiados que estavam em Itália e na Grécia. Muitos têm recusado vir para Portugal.

Os 24 migrantes que aterram esta quinta-feira em Portugal, às 13h45 e às 20 horas, têm origens na Eritreia, Sudão, Iraque, Síria e Tunísia e vão para as cidades de Lisboa, Cacém, Torres Vedras, Marinha Grande, Penafiel e Vinhais.

Processo tem demasiados atrasos, diz Rui Marques
Uma das entidades que vai receber refugiados é a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR). Rui Marques explica que este é um momento importante, mas já está atrasado.

O responsável desta Plataforma diz que há muita burocracia e "falta de vontade política" na UE e em especial em alguns Estados europeus o que adiou, demasiado, esta recolocação, nomeadamente em Portugal.

Dos 24 refugiados que chegam agora a Portugal, 7 serão recebidos pela Plataforma de Apoio aos Refugiados e colocados em Palmela e em Ferreira do Zêzere.

Ao todo, a PAR tem, desde outubro, capacidade para receber perto de 600 pessoas em quase uma centena de instituições que mostraram vontade de ajudar quem procura a Europa.