22.3.16

Refugiados em debate promovido pelo ISCAC

Ana Clara Duarte, In "Diário As Beiras"

A questão sobre “A Crise dos Refugiados e a Gestão Psicossocial de Emergências Complexas” foi debatida, na passada sexta-feira, no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC) | Coimbra Business School. A iniciativa surge no âmbito do lançamento da nova pós-graduação da instituição, “Gestão Psicossocial de Catástrofes e Emergências Complexas”, coordenada por Eduardo Marques, a qual se debruça, igualmente, sobre esta temática. De acordo com o responsável, “os temas abordados são muito atuais, pertinentes e o painel de oradores é de excelência”, levando a que, “com o seu conhecimento, experiência e paixão”, tenham feito “deste momento uma oportunidade de aprendizagem para todos”.
DB-Carlos Jorge Monteiro

Manuel Castelo-Branco e Georgina Martins na sessão de abertura

Na sessão de abertura, Manuel Castelo Branco falava sobre o facto de o ISCAC ser uma “escola que tem procurado, através de conferências deste tipo, levar à comunidade” em geral “uma reflexão mais larga e crítica possível” sobre temas

de grande relevância a nível social e humanitário. Quanto ao estatuto de refugiado, o presidente do ISCAC citou um sociólogo que fala do facto :”Não são nem cidadãos, nem humanos”. Manuel Castelo Branco refere que o estatuto de

humanidade e cidadania lhes foi retirado, porque “hoje, em dia, estes só são atribuídos” consoante o “estatuto económico” de cada um. O presidente disse ainda que “só é cidadão quem tem visto gold e poder de consumo”, entre

outros aspetos. O dirigente confirmou ainda que esta sessão representou “o momento oportuno de tudo isto ser dito”, visto que, na plateia, estavam “pessoas extremamente qualificadas para tratarem deste tema”. Também Georgina Martins interveio no início da conferência, afirmando que “a Coimbra Business School está sempre atenta às novas oportunidades de mercado, realidade e riscos”. Quanto à nova pós-graduação, a diretora da Escola de Negócios admitiu que, embora estejam a trabalhar “numa nova área de estudo”, esta é uma aposta para a qual a escola está preparada para enfrentar “os desafios”. Georgina Martins “levantou um pouco o véu” e assumiu que este é “o primeiro de muitos projetos que a escola tem com Eduardo Marques”.

O debate, moderado por Eduardo Marques, contou ainda com as intervenções de Duarte Nuno Vieira, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, especialista forense na ONU, Cruz Vermelha Internacional, Comissão Europeia, Amnistia Internacional e Tribunal Penal Internacional, Rui Marques, da Plataforma de Apoio aos Refugiados, José Goulão, jornalista e membro da presidência do Conselho Português para a Paz e Cooperação, Guillermo Fouce, da Fundación Psicologia Sin Fronteras, Nataliya Bekh, diretora do Centro de Instalação de Refugiados “Paz/Peace” da Fundação ADFP, e Ricardo Bordon, coordenador de Ajuda Humanitária (OCHA) e Instrutor de Gestão de Crises e Catástrofes (SAMU).