22.6.16

"Acolhemos, mas não controlamos os refugiados", diz Marcelo Rebelo de Sousa

João Alexandre, in "Rádio Renascença"

De visita ao Centro de Acolhimento da Bobadela, o chefe de Estado admitiu que há casos de refugiados "em movimento" em Portugal, mas recusou problemas no acolhimento. "São casos isolados", garante.

"Pode haver um ou outro caso de pessoas ou de famílias que estão em movimento em Portugal, porque nós somos um país livre: acolhemos os refugiados, mas não controlamos os refugiados. Isto não é um Estado policial e, portanto, pode haver um ou outro caso de famílias que não são encontráveis durante um período de tempo, são casos isolados", disse Marcelo Rebelo de Sousa, depois de confrontado com casos de refugiados que deixam os centros de acolhimento.

O Presidente da República visitou esta segunda-feira o Centro de Acolhimento do Conselho Português para os Refugiados (CPR), na Bobadela, em Lisboa, onde garantiu que Portugal "está disponível para receber mais" cidadãos e que, no que diz respeito ao processo de acolhimento feito em território português "não está a falhar nada".

Marcelo Rebelo de Sousa rejeita que haja qualquer problema com o processo de acolhimento de refugiados em Portugal
Marcelo Rebelo de Sousa aponta, no entanto, o dedo à forma como o caso tem sido tratado fora de portas, salientando que tem havido "algumas dificuldades no encaminhamento para Portugal", mas que há também "cada vez mais famílias" que conhecem e que querem ingressar no nosso país, deixando uma garantia: "Prometemos e vamos cumprir. Não vamos cumprir só no Dia Mundial do Refugiado, vamos cumprir sempre", referindo-se ao "esforço" feito por Portugal no acolhimento. Marcelo

O chefe de Estado diz que Portugal não é um Estado policial e que o papel do país é acolher e não controlar os cidadãos
Aos jornalistas, o Presidente da República disse ainda que, tanto a Presidência da República como o Governo, têm feito todos os possíveis para que o problema dos refugiados não seja esquecido pela Europa, defendendo que é preciso que todos os estados-membros cumpram as decisões tomadas a nível europeu.

"Quando a posição é tomada é para ser cumprida, não pode haver uns que cumprem e outros que não cumprem - e que encontram argumentos para manterem dificuldades nas fronteiras e para terem reações pontuais e ocasionais xenófobas e pouco humanas", disse.

Marcelo Rebelo de Sousa diz que é preciso que todos cumpram as decisões conjuntas tomadas a nível europeu
Na visita estiveram ainda presentes a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, o ministro-Adjunto, Eduardo Cabrita, a secretária de Estado para a Igualdade e Cidadania, Catarina Marcelino, e o presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares.