4.8.16

“É terrível dizer às crianças que podem escolher o seu género”

in o Observador

Papa Francisco diz que há uma espécie de "colonização ideológica" e que o ensino da liberdade no género faz parte da teia. "Deus criou o homem e a mulher, criou o mundo só dessa forma", sublinhou.

O Papa Francisco lamenta que se ensine às crianças que podem escolher o seu género e considera que essas ideias estão dentro de uma “colonização ideológica” patrocinada por interesses. O assunto surgiu durante uma conversa com bispos da Polónia, durante a visita de Francisco a Cracóvia na semana passada. As considerações do Papa foram reveladas esta terça-feira pelo Vaticano.

Tudo começou quando o Papa falava sobre a situação dos refugiados na Europa. Dizia Francisco que o problema está na “exploração das pessoas” e que esta é a “era do pecado contra Deus, o criador”, citando o Papa Bento XVI. Francisco defendeu que a base destes problemas está numa “colonização ideológica” e a questão do género é um exemplo dessa “colonização”.

Hoje, as escolas ensinam às crianças – às crianças! – que qualquer um pode escolher seu género. Porque é que se ensina isso?”

“Deus criou o homem e a mulher, Deus criou o mundo dessa forma, só dessa forma, dessa única forma, e nós estamos a virá-lo ao contrário. Estava a falar com o Papa Bento XVI, que está bem de saúde, tem uma mente aberta, e às tantas ele diz-me: ‘Santo Deus, esta é a época do pecado contra Deus, o criador’. Ele tem razão! É inteligente”, disse o atual líder da Igreja Católica aos bispos polacos. Francisco acrescentou, nota a Associated Press: “Estamos a viver uma época de aniquilação do homem como imagem de Deus”

As declarações podem surpreender, visto que o Papa Francisco já recebeu um transexual e a namorada no Vaticano. “Deus aceita-te como és. Deus quer bem a todos os seus filhos”, disse ao cidadão espanhol, quando lhe telefonou para o convidar a visitar o Vaticano. Em junho, o Papa considerou também que a Igreja devia “pedir desculpa aos homossexuais” que tenha ofendido e meses antes, quando questionado sobre a aceitação da homossexualidade, respondeu: “Quem sou eu para julgar?”

A tal “colonização ideológica” que referiu vê-se em “diferentes países com influência” e é suportada por “pessoas e instituições que dão dinheiro” para a manter, sendo que o responsável não especificou a que países, pessoas e organizações se referia. Disse apenas que as escolas ensinam aos mais novos que cada um pode escolher o seu género “porque os livros são daquelas pessoas e instituições que dão dinheiro. E isso é terrível”, sublinhou.