19.9.16

Em Tomar já se trabalha a sério na integração da comunidade cigana

in EOL

A secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino, presidiu à sessão de abertura do seminário “A realidade das comunidades ciganas”, que decorreu ontem, dia 13 de Setembro, na Biblioteca Municipal de Tomar, numa iniciativa do projecto Hai Shala?

O projeto “Hai Shala?”, expressão romani (língua cigana) que significa “você entende?”, é financiado pela República Portuguesa, através do Alto Comissariado para as Migrações e resulta de uma candidatura da Cáritas de Tomar, em parceria com o Município e com um grupo informal da comunidade cigana local ao Fundo de Apoio à Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas.

A governante elogiou o trabalho que os parceiros têm vindo a realizar em Tomar e sublinhou que o caminho para a integração passa em grande medida pela educação: para isso é necessário que sejam dadas condições às crianças e jovens ciganos para frequentarem a escola, mas também que as suas famílias assumam esse objectivo.

“Há pessoas na comunidade cigana que querem viver à margem da lei, como as há na comunidade não cigana”, frisou Catarina Marcelino, mas isso não pode ser motivo para a discriminação que assegura continuar a haver em Portugal em relação à etnia.

A presidente da Câmara deu ênfase ao facto de não se estar a cumprir em Tomar a Constituição da República quando continua a haver pessoas, de etnia cigana e não só, que não têm habitação condigna, e que, por isso mesmo, fez da habitação social uma das bandeiras do seu mandato. Embora seja um processo moroso, Anabela Freitas sublinhou o facto de, pela primeira vez, o Município ter aberto concurso para habitação em que os munícipes ciganos puderam concorrer em igualdade de circunstâncias com os restantes.

A sessão de abertura contou ainda com a presença de Célia Bonet, presidente da Cáritas de Tomar e de Almerindo Lima, representante da comunidade cigana do concelho.

Este seminário teve como objetivos difundir a história e a cultura ciganas, bem como capacitar os agentes educativos para um trabalho mais profícuo junto das crianças e jovens estudantes daquela etnia.

Com uma plateia muito bem composta, e com uma forte presença da comunidade cigana, o seminário contou ainda, para além de diversos oradores convidados, com a participação de dois projectos que são já fruto do projecto Hai Shala?, o grupo de dança “Kalon Bolarias” e a banda “Filhos do Vento”.