11.10.17

Há 201 milhões de desempregados em todo o mundo

Joana Madeira Pereira, in Expresso

As PME estão a perder a capacidade de criar emprego, segundo a Organização Mundial do Trabalho, e isso está a afetar o desemprego. Em 2017, há mais 3,4 milhões de desempregados do que no ano passado


Até ao final do ano, o Mundo terá 201 milhões de desempregados. Mais 3,4 milhões do que o ano passado. A previsão é da Organização Mundial do Trabalho (OIT), que na noite desta segunda-feira apresentou o relatório "Perspetivas Sociais e do Emprego no Mundo 2017".
O aumento do desemprego deve-se, sobretudo, à estagnação do contributo das pequenas e médias empresas (PME) para a criação de postos de trabalho.

Esta desaceleração acontece depois de mais de uma década de crescimento significativo: entre 2003 e 2016, o número de trabalhadores em PME formais (ou seja registadas fiscalmente) quase duplicou e passaram a representar mais de 35% da força de trabalho mundial.
Todavia, nos anos seguintes, não se registou evolução. "Entre 2015 e 2016, a contribuição das PME para o emprego total permaneceu virtualmente inalterada, crescendo de 34,6% para 34,8%", lê-se no relatório.

Esta ausência de dinamismo das PME preocupa a OIT, visto que afeta não só a criação como também a qualidade de emprego, sobretudo nos países em desenvolvimento, onde representam 54% do emprego total.

Deborah Greefield, subdiretora-geral para as políticas da OIT, afirmou, na conferência de imprensa de apresentação deste estudo, que a redução do papel das PME na criação de emprego se deve principalmente às dificuldades que têm no acesso ao crédito e à consequente desaceleração da produtividade.

Ainda segundo o documento, 87% do emprego mundial está no sector privado, tanto formal como informal, que dá trabalho a cerca de 3000 milhões de pessoas.